No domingo, quando entrarem em campo, Sport e Santa Cruz voltarão a disputar uma partida oficial depois de 124 dias, interrupção provocada pelo avanço da pandemia do novo coronavírus no Estado. Além da preocupação pelo resultado do Clássico das Multidões, os clubes devem tomar cuidados com a questão física dos seus jogadores. Após três meses trabalhando em casa e há quatro semanas se readaptando à rotina nos treinos presenciais, os atletas devem sentir o desgaste físico oferecido por uma partida oficial, problema que as comissões técnicas trabalharam para minimizar. A dois dias da retomada do futebol, as equipes mostram estarem prontas, apesar de ainda longe do nível ideal.
Seguindo a linha de Inaldo Freire, o técnico Daniel Paulista também vê seus comandados prontos para atuar no domingo. Olhando mais para o aspecto técnico, o treinador entende que o período sem atividades irá pesar nesta primeira sequência de partidas. Entretanto, acredita que não irá demorar para o elenco chegar ao nível ideal. “Estamos vindo de uma paralisação muito longa, de três meses parados sem treinar, e o período que tivemos neste retorno foi satisfatório. Tivemos que reconstruir tudo que uma equipe precisa, iniciando pelo processo físico, reconstrução muscular dos atletas… Hoje, todos estão dentro do ideal, e precisamos dos jogos para que a equipe atinja o melhor de sua forma. A sequência é importante. Por mais que treinemos para criar situações parecidas com a dinâmica de jogo, sabemos que o ritmo de uma partida é diferente. Acredito que em um curto espaço de tempo possamos atingir o máximo”, ressaltou o treinador leonino.
Já classificado à semifinal do Estadual, o Santa Cruz vai para o confronto sem precisar de resultados, mas, segundo o preparador físico do elenco, Carlos Gamarra, preparado para dar o pontapé ao reinício dos jogos diante de um clássico. “Estamos em uma preparação de três a quatro semanas, um tempo bom de trabalho. Claro que tem dificuldades, porque não fizemos nenhum amistoso, e não sabemos como o grupo vai reagir. A esperança, sempre, é que reaja bem. O clássico é um jogo diferente e o atleta se prepara para esse jogo. É um jogo difícil, sendo o Sport, uma equipe de Série A do Brasileiro, de um nível ótimo, uma equipe grande, mas nós vamos fazer o possível e o impossível para desempenhar todas as funções dentro de campo”, comentou.
Sem recomendações específicas para mitigar os ricos de contusões no duelo e nos jogos conseguintes, a prospecção de Gamarra é que os quase 30 dias de preparação sirvam de escudo contra as lesões, ainda que entenda que elas devem acontecer em maior número por conta da maratona de jogos. “Estamos há três meses parados e há quatro meses do nosso último jogo. A preocupação é muito grande quanto ao número de lesões, que serão inevitáveis e irão acontecer. Isso faz parte do futebol. As batidas e os choques são inevitáveis. Fizemos um trabalho bom, eu acredito, e nossa preocupação é muito grande quanto a isso”, concluiu.
Do Portal FolhaPE