A investigação da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe de Estado envolvendo o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus auxiliares, revelou uma minuta golpista que previa a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
As informações foram reveladas na decisão de Moraes em autorizar a operação da PF nesta quinta-feira (8). A Operação Tempus Veritatis, tempo da verdade (em latim), foi deflagrada como parte da investigação contra a organização criminosa que atuou nas eleições presidenciais 2022 em uma tentativa de golpe. Por decisão do ministro Moraes, o passaporte de Bolsonaro foi apreendido e o ex-presidente está proibido de falar com outros investigados.
Segundo a PF, a minuta foi entregue a Bolsonaro (após a vitória de Lula), que pediu para retirar os nomes de Gilmar e Pacheco, mas manteve Moraes como alvo, assim como também não alterou o trecho que previa a realização de novas eleições. A partir daquele momento, a agenda e voos de Alexandre de Moraes eram monitorados pelos golpistas em tempo integral para, caso houvesse o golpe, o ministro fosse preso. Ainda não é possível confirmar se o monitoramento de Moraes foi encerrado.
Após a alteração, Bolsonaro teria convocado generais e comandantes das Forças Armadas para aderirem ao golpe. De acordo com as investigações, militares da ativa pressionaram colegas contrários ao golpe para tentar fazê-los aderir ao movimento. A PF descobriu ainda, que o PL, partido do então presidente Bolsonaro, financiou narrativas de apoio de ataques às urnas.
Os militares e ex-ministros General Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil; General Augusto Heleno, ex-chefe de Gabinete de Segurança Institucional (GSI); General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército; Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante geral da Marinha; Anderson Torres, delegado da PF e ex-ministro da Justiça; Valdemar Costa Neto, presidente do PL; Tercio Arnoud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro e Ailton Barros, coronel reformado do Exército, foram alvos de busca e apreensão na Operação Tempus Veritatis.
Já os mandados de prisão foram expedidos para Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro; Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor especial de Bolsonaro; Coronel do Exército Bernardo Romão Correa Neto e Rafael Martins de Oliveira, major do Exército.