Marcado na história: Hélio fatura primeiro título pelo Náutico

Hélio dos Anjos conquistou seu quarto título no futebol pernambucamo – Foto: Tiago Caldas/CNC

Um Hélio jovem e no início de carreira. Um Hélio mais maduro, com títulos na bagagem. Um Hélio experiente, de carreira consolidada. Três vezes Hélio dos Anjos. Três momentos distintos, mas com um ponto em comum: o Náutico. Em 1993, com poucos anos de profissão, o trabalho no Timbu foi tímido. Em 2006, veio o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro. Em 2021, o título do Campeonato Pernambucano. O treinador, hoje com 63 anos, tem dentro de si muito daqueles dois que comandaram o clube em passagens anteriores. Curiosamente, contudo, foi o técnico quem fez o Alvirrubro esquecer o passado para viver o presente. Receita de sucesso.

O perfil enérgico à beira do gramado é antigo. Hoje, porém, Hélio sabe que a vida de treinador cobra o preço. Fisicamente, as dores no joelho castigam. Mentalmente, a pressão por resultados provocou crises de ansiedade, fazendo o profissional iniciar um processo de terapia há alguns anos. Mas, assim como o Náutico, o técnico soube unir equilíbrio e intensidade. Em campo, o time teve o melhor ataque do torneio, quase sempre encurralando os adversários. Jogava no mesmo tom do seu comandante. Reconhecendo limitações, mas sem deixá-las impedir o objetivo final.

Em 2006, Hélio chegou ao Náutico com a missão de colocar o time na Série A. Desejo realizado. Após 14 anos, ao retornar ao clube, o desafio na Série B era outro: evitar o rebaixamento. Novamente, o técnico não decepcionou. Em 2021, o Timbu, que só disputou o Campeonato Pernambucano no primeiro semestre, fez uma campanha sólida. Garantiu vaga na Copa do Brasil e do Nordeste de 2022. Na decisão, acabou com um tabu de mais de 50 anos sem derrotar o Sport em finais.

Por falar em tabu, Hélio sempre declarou que não se deixava afetar por jejuns do Náutico. O lema é “o que passou, passou”. Até mesmo a polêmica com o próprio Timbu, em 2019, foi minimizada – o profissional era técnico do Paysandu, no jogo do acesso do Alvirrubro à Série C, e saiu reclamando da arbitragem – em pênalti marcado pelo árbitro Leandro Vuaden – , além do comportamento de parte da torcida, na festa da comemoração. Ao relembrar o fato, o comandante tem como explicação o discurso de “viver intensamente” os clubes que defende. Antes “inimigo”, hoje aliado.

Com o Náutico não é diferente. Hélio vive intensamente o clube e vice-versa. Em um ano sem presença de público nos estádios, o treinador se aproximou da torcida por meio das redes sociais. Também tem a confiança dos atletas e da diretoria. Com o título, o Hélio “3.0” do Timbu tem a energia de 1993, a confiança de 2006 e os sonhos de 2021. Um deles já foi realizado, mas ele não quer parar por aí. O próximo passo é a luta para recolocar o clube na Série A.

Informações do Portal FolhaPE

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