Santa paga “imagem” e espera por empresários, Vitória e Botafogo para quitar outros atrasos

Já classificado e com a liderança do Grupo A garantida, a contagem regressiva para o Santa Cruz dar início à fase decisiva da Série C do Campeonato Brasileiro já foi iniciada, restando três jogos pela frente para a conclusão da fase de grupos. Na espera de que nos bastidores o cenário ao menos se equipare aos resultados alcançados pelo time dentro de campo, o clube tem recorrido de forma mais intensa a colaboradores e ao contato com os credores para solucionar o problema de salários atrasados, visando minimizar possíveis empecilhos no trajeto do acesso.

O clube completou, nessa segunda, dois meses de atraso de carteira, correspondente a setembro e outubro. Ao mesmo tempo, conseguiu quitar um mês de direito de imagem, restando agora efetuar o pagamento de três meses de direito de imagem (julho, agosto e setembro) – apenas parte do elenco recebe os valores. Uma das grandes dificuldades encontradas pela direção coral, contudo, tem sido sensibilizar alguns colaboradores, transpassando o diálogo para além do seleto grupo de empresários que já contribui financeiramente com o clube.

Em contato com a Folha, o vice-presidente tricolor, Tonico Araújo, explicou o cenário. “A gente está trabalhando essa semana para resolver uma imagem ou uma carteira. Os colaboradores que tem, lamentavelmente, ficam naquele grupo de empresários que cansam, porque só eles colaboram. Ontem conseguimos pagar uma imagem. Tem três imagens atrasadas e duas folhas atrasadas, vamos ver o que equilibra para pagar uma dessas pelo menos nessa semana”, contou.

Credores

Além da falta de apoio de outros grupos de empresários, o Santa Cruz também lida com outra dor de cabeça: a estagnação de receitas que há muito tempo deveriam ter sido repassadas ao clube, referente à venda de jogadores. A negociação com o Vitória/BA pela compra de 50% dos direitos econômicos do zagueiro João Victor, concretizada pelos baianos no dia 20 de dezembro de 2019, está nesse páreo. Após ter quitado R$ 100 mil, no início do ano, de um total de R$ 800 mil pela permanência do defensor na Toca do Leão, o clube baiano ainda tem o valor de R$ 700 mil para pagar aos pernambucanos, montante que tem feito bastante falta aos cofres do Arruda.

“Estamos buscando junto a alguns credores, que o Santa Cruz tem dinheiro a receber, para poder sanar o quanto antes essa situação e chegar à fase final com o time atualizado”, aponta Ítalo Mendes, integrante do Núcleo de Gestão do Santa. Ciente dos contratempos impostos pela pandemia do novo coronavírus aos clubes brasileiros, o gestor salientou a boa relação dos corais com o vizinho de estado, e reafirmou a incessante busca por soluções.

“A gente não quer partir para nenhum litígio com o Vitória pela boa relação que tem. Eles vem numa promessa de resolver o quanto antes e está tentando se construir uma solução para o Santa Cruz realmente poder receber o valor que está atrasado e normalizar a situação”, emendou.

O Vitória não é o único clube pendente com o Tricolor. O Santa Cruz ainda tem direito a receber do Botafogo/RJ uma receita originada da transferência de João Paulo para o Seattle Sounders, dos Estados Unidos, em janeiro deste ano. Isso porque o Tricolor detém 40% dos direitos econômicos do meia, que se despediu do Arruda em 2016, rendendo um montante de cerca de R$ 3 milhões à Cobra Coral, na época.

Segundo Tonico Araújo, também existem pendências sobre o lateral-direito Warley, negociado com o time de General Severiano em fevereiro de 2020, após extensa batalha judicial. Na ocasião, o Santa comunicou que o Botafogo propôs uma “parceria para adquirir 50% dos direitos econônimcos do atleta, que serão quitados mediante o empréstimo de atletas com pagamento integral de suas remunerações a cargo da equipe carioca em valor limite coberto por cláusula de confidencialidade”. O único atleta que desembarcou no Arruda vindo do alvinegro carioca foi o centroavante Victor Rangel. Vale lembrar que o Santa ainda tem assegurado 50% dos direitos econômicos de Warley.

Mesmo sob a espera de uma resposta propositiva do time do Rio de Janeiro, o vice-presidente tricolor mantém a tônica falada anteriormente pelo gestor coral Ítalo Mendes. “A gente vive cobrando, e eles também estão com dificuldades. Se você judicializar, vai criar um problema. Até onde for possível, o Santa Cruz não vai fazer isso”.

Informações do Portal FolhaPE

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