Aos 91 anos, morre no Recife a artista plástica Tereza Costa Rêgo

Tereza Costa Rêgo, 91 anos, completados no último mês de abril, nome inconfundível na arte da pintura em Pernambuco, não suportou a sequência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e uma parada cardíaca, e se foi neste domingo (26). Ela estava internada na madrugada deste sábado (25) em um hospital particular do Recife. Ainda não há informações acerca de velório e sepultamento.

Com formação inicial na Escola de Belas Artes, onde passou a se dedicar à pintura já aos 15 anos de idade, aos 21 expôs pela primeira vez no Museu do Estado e passou a ser reconhecida nacionalmente desde então, com premiações, inclusive, da Sociedade de Arte Moderna, ainda na década de 1960 quando assinava suas obras como “Terezinha”. 

De uma simplicidade que lhe era peculiar, em entrevista à repórter da Folha de Pernambuco, Gabriella Autran, quando das suas nove décadas em abril de 2019, Tereza celebrou a data sem, no entanto, demonstrar muito entusiasmo. “Quando a pessoa faz 90 anos, fica naquela agonia de fim de linha. Eu fico fazendo as contas de que poderia ter feito mais”, revelou à época.

A única filha de cinco irmãos, oriunda de uma família aristocrática e tradicional pela produção açucareira, Tereza Costa Rêgo teve uma educação repressiva, limitada por imposições sobre o que podia ou não fazer.

Na Escola de Belas Artes, a pintora pernambucana se entregou à liberdade inerente a quem se dedica ao universo artístico e passou a circular por espaços de peso em ambientes intelectuais Brasil afora.

Do seu primeiro casamento, Tereza deixa duas filhas: Maria Tereza e Laura Francisca. Mas foi quando conheceu Diógenes Arruda que ela se voltou para um grande amor e, de acordo com a própria “o amor de sua vida”. Com ele fugiu e depois, por motivos políticos, seguiu para o Chile exilada – ele era dirigente do Partido Comunista. Após a morte do companheiro, a artista voltou a se dedicar integralmente à sua arte. 

Um dos seus desejos mais recentes, revelado durante conversa com a Folha em seu aniversário de 90 anos, ela esboçou que  “gostaria de fazer uma exposição no Museu de Arte de São Paulo”. Não deu tempo. Mas sua obra segue, viva, pertinente para qualquer espaço, a qualquer tempo. Para o que Tereza deixou em arte (em vida), o Masp permanecerá de portas abertas.

Do Portal FolhaPE

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