Sete pessoas foram presas na manhã desta sexta-feira (21) em uma operação que investiga nove empresas atuantes nos ramos alimentício e de prestações de serviços, que realizavam lavagem de dinheiro e crimes licitatórios. Segundo a Polícia Civil, as empresas forneciam carne com prazo de validade vencido a hospitais e escolas públicas de todo o estado, do litoral ao Sertão. A polícia estima que mais de R$ 40 milhões foram desviados.
A operação nomeada Comunheiro II – que significa sócio -, ainda cumpriu 26 mandatos de busca e apreensão e 12 mandatos de condição coercitiva. Entre os envolvidos, estão ex-servidores da prefeitura de Buenos Aires e da câmara de Carpina, inclusive o ex- vereador de Carpina, Antônio Carlos Guerra Barreto, conhecido como Tota Barreto, que já está preso devido a outra operação.
Segundo o chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle, a operação está acontecendo desde março. Durante o cumprimento dos mandatos, foram apreendidos R$ 60 mil em dinheiro e sete veículos de luxo. “A fraude ocorria tanto no cumprimento do que foi acordado em contrato, como fornecimento de alimentos para escolas e hospitais públicos, quanto na prestação de serviços. As nove empresas decidiam juntas quem ganharia a licitação. A que ganhasse repassaria 15% do valor já superfaturado do material entregue e, na próxima licitação, uma outra empresa participaria e as demais não dariam o lance”, explicou Kehrle. De acordo com ele, ou os serviços não eram prestados de forma alguma, ou então eram fornecidos produtos de baixa qualidade.
A operação ocorre nas cidades de Olinda, Recife, São Lourenço da Mata, Paudalho e ilha de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife, além de Carpina e Buenos Aires, na Zona da Mata Norte.
“Das nove empresas, conseguimos oito mandados de prisão para os sócios majoritários e servidores da Câmara de Vereadores de Carpina e da Prefeitura de Buenos Aires. Sete deles foram cumpridos. Os 26 mandados também foram cumpridos e resultou na apreensão de R$ 60 mil em moedas e sete veículos de luxo apreendidos. Eles eram adquiridos por meio de lavagem de dinheiro”, explicou Kehrle. Um dos suspeitos está foragido.