Reeducando forrozeiro encontra na música sua liberdade

Sanfoneiro Severino Heleno

Com 58 anos de idade ele é exemplo de persistência e dedicação. Passou três anos e dois meses no Centro Regional do Agreste (CRA), na cidade de Canhotinho, e há dois anos está cumprindo pena no regime aberto, comparecendo todos os meses ao Patronato Penitenciário de Caruaru, órgão da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH).  Severino Heleno ainda não está totalmente livre, mas encontra na música a sua liberdade.

Heleno é um dos 9.398 reeducandos atendidos pelo Patronato Penitenciário de Pernambuco. O órgão exerce as funções de acompanhamento de processos, atenção psicossocial, pedagógica, e de inclusão produtiva. O objetivo é dar novas oportunidades a esse público e diminuir a reincidência criminal.

Biu do Acordeon, como é conhecido, canta e toca forró pé-de-serra há mais de 30 anos, e nem o tempo que passou na prisão silenciou sua sanfona.  Dentro da unidade continuou tocando e ainda ensinava a arte aos colegas. “Ensinava os outros a tocar sanfona porque isso era o que fazia o tempo passar e ocupava a minha mente”, revela Severino.

Atualmente o reeducando forrozeiro faz todo mundo dançar no Trem do Forró, do Recife até o Cabo de Santo Agostinho, além de fazer shows em polos da Prefeitura de Caruaru, município onde mora. “Toco muito e tenho satisfação em animar as pessoas para a vida melhorar, porque, graças a Deus, agora estou no céu”, concluiu.

De acordo com Josafá Reis, superintendente do Patronato Penitenciário, qualquer ação positiva que ocupe o tempo e que traga alguma formação, qualificação ou que leve a aprendizagem de uma arte, cultura, a tocar um instrumento musical é uma ação ressocializadora. Ele é um exemplo de que todos podem contribuir um pouco para diminuir a reincidência criminal.

 

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