Integrantes de milícia presos no Agreste chegaram a fazer segurança de políticos

Foto: Mandy Oliver/FolhaPE

A prisão de nove integrantes de uma milícia que atuava no Recife e em municípios do Agreste, especialmente em Santa Cruz do Capibaribe e cidades vizinhas, foi apresentada nesta quarta-feira (16) pela Polícia Civil de Pernambuco. O grupo contava com a participação de quatro policiais militares que faziam de maneira ilegal a segurança privada nos centros comerciais da região. A milícia atuava principalmente na segurança privada, que chegou a ser usada por políticos no período de eleição. “Durante as investigações que se sucedeu no período das eleições ficou constatado que eles faziam a segurança de candidatos da região”, observou o delegado.

Eles são acusados de homicídio, concussão (exigir vantagem indevida), porte ilegal de arma de fogo, comércio ilegal de armas e munições, além de usurpação da função pública. Dentre os objetos apreendidos estão cinco armas, munições e apetrechos policiais usados pelo grupo.

De acordo com o delegado Bruno Vital, que coordenou as investigações, o levantamento das práticas da milícia começou há dez meses, a partir de uma denúncia de populares. “Alguns oficiais que não eram integrantes do grupo estavam sendo ameaçados e intimidados, inclusive com disparos de armas de fogo, por terem transferido de batalhão ou modificado turnos de integrantes da organização criminosa”, contou o delegado Bruno Vital.

Na última terça-feira (15), foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão, resultando na prisão de sete indivíduos. Um oitavo integrante seria o líder da milícia, o policial militar Orlay Soares dos Santos, que se apresentou na manhã desta quarta-feira (16).

O PM, que tem mais de dez anos de corporação, cobrava para recuperar os bens roubados, pedindo um valor que variava de acordo com o objeto, e era definido por uma tabela de preços usada pelo grupo.

Enquanto faziam a segurança privada, os integrantes da organização criminosa chegavam a usar o dia de serviço para fiscalizar as pessoas para as quais trabalhavam, chegando a usar armas da corporação e a fornecer as armas para essas pessoas, segundo explicou o  diretor da Polícia Militar da Zona da Mata e Agreste, coronel Flávio Morais.

Integrantes da milícia
Além de Orlay Soares dos Santos, foram presos os militares o soldado Rivaldo Vieira da Silva, o cabo Adalberto Campelo Alves, o sargento Waitã Teixeira dos Santos e o sargento da reserva Romildo Gonçalves da Silva.

Os civis que participavam na milícia que foram presos são: João Paulo Julião de Mercedes, Francinaldo Roberto Silva Brito, Gilmário Queiroz de Almeida e Otávio Manoel de Brito Neto, que foi preso por posse ilegal de arma antes da operação ser deflagrada.

De acordo com a Polícia Militar, todos os servidores públicos presos serão submetidos a conselhos de disciplina e processos de licenciamento. Se com o passar do processo for confirmada a culpa deles, serão excluídos da corporação.

Apesar disso, o coronel Morais afirmou que a corporação sai fortalecida. “Nossa instituição sai mais fortalecida. A prova é que estamos cortando da própria carne, mostrando que não há corporativismo, muito pelo contrário, fomos nós que ao longo do processo que pedimos o apoio necessário para que se chegasse a apuração desses ilícitos”, destacou.

Do Portal FolhaPE

 

 

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