Uma roda de diálogo sobre o legado de Coronel Ludugero será realizada nesta quinta-feira (29), na Casa do Cordel, a partir das 16h. O evento contará com a presença de Dudu do Acordeon, sobrinho do artista, que morreu em 1970, vítima de acidente aéreo no Pará.
Participarão da roda de diálogo, poetas, cordelistas, repentistas e artistas de vários segmentos, entre eles, Nelson Lima, Dorge Tabosa, Val Tabosa, Olegário Filho, Paulo Pereira.
Também estarão presentes integrantes da Academia Caruaruense da Literatura de Cordel. A entidade foi fundada em 2005, com o propósito de divulgar a arte do cordel, estimular a produção cultural e a memória da identidade do município.
CORONEL LUDUGERO
Nascido em 1929, Luiz Jacinto Silva, o famoso Coronel Ludugero, foi escoteiro aos dez anos e estudou no Colégio de Caruaru (hoje Colégio Diocesano), onde concluiu o Curso Ginasial.
Começou a trabalhar ajudando o pai a fazer celas de cavalo, mas não seguiu a profissão.
Com 12 anos foi parar numa padaria entregando pão e em seguida foi ajudante de pedreiro.
Com 16 anos foi para os correios entregar telegramas. Nessa época serviu em São Bento do Una e Serinhaém.
Aos 18 anos foi morar em Recife, onde fez um concurso para telegrafista. Embora não tenha sido aprovado, foi aproveitado pelos correios porque sabia taquigrafia. Permaneceu no órgão até ingressar na vida artística.
Luiz Jacinto começou sua vida artística na Rádio Clube de Pernambuco, onde fazia o programa das 12h30 sob o patrocínio da Manteiga Turvo.
Em 1960 conheceu Luiz Queiroga, que criou o personagem Coronel Ludugero Na mesma época, conheceu também Irandir Peres (Otrope), a atriz Mercedes Del Prado (Filomena).
Com incentivo de Onildo Almeida e Nelson Ferreira, iniciou gravações de músicas sertanejas. A primeira foi “Cumbuque de Ludugero” e a segunda “Ludugero Aposentado”. Juntos gravaram vários discos. Seu primeiro grande sucesso foi “Se tivé muié” gravada pelo selo Mocambo, do Recife. O artista gravava também textos humorísticos.
Além de Ludugero, Luiz Jacinto interpretava mais dois personagens: Zé Beato, um sacristão puritano e envergonhado (criado por Hílton Marques) e Virgulino (criado por Luiz Queiroga).
Em 1964, juntamente com Irandir Costa e Luiz Queiroga, foi trabalhar na extinta TV Tupy, no Rio de Janeiro.
Na TV Tupy, participou do programa AEIOU Urca, fazendo o personagem Zé Beato. Depois participou da Escolinha do Professor Raimundo de Chico Anysio fazendo Zé Beato e Ludugero.
Luiz Jacinto passou a gravar pela CBS do Rio de Janeiro, que fazia a promoção dos seus discos com a Caravana Pau de Sebo, apresentando shows em várias cidades do Nordeste. Entre os artistas que também participavam da Caravana estavam Jacson do Pandeiro, Marinês e Trio Nordestino. Quando morreu, já trabalhava para a Rede Globo.
No dia 14 de março de 1970, morre Luiz Jacinto e toda sua equipe, vítima de desastre aéreo na Baía de Guajará Mirim, em Belém do Pará. O corpo só foi encontrado no dia 30 de março e sepultado um dia depois, em Caruaru.